25 de novembro de 2009

A fragilidade das coisas

Há quase 4 anos "abandonei" o norte... Não o deixei para trás como quem vira uma página de um livro, apenas segui rumo ao sul e prossegui a minha existência por cá. A distância aumento a cada passo, a cada volta dos rodados do comboio, e permaneceu assim, longa, até hoje. Há coisas que se perdem quando a vista as deixa de vislumbrar. Muita gente que nunca mais vi e sei que não voltarei a ver. Muita amizade que se revelou e tantas outras que provaram não ser sólidas como fingiam ser. E a liberdade que a vida de estudante traz e que acaba assim que se assenta um pé num posto laboral.


Não tenho saudades de muita coisa. Gostaria, claro, de ter mais tempo para mim e as minhas coisas, de estar perto daqueles de que sinto falta, da cidade que me acolheu e até daquela que me viu nascer e que parece ter-se embelezado com o propósito único para me voltar a atrair ao seu regaço. Já me habituei ao que não tenho, e dou muito valor ao que tenho. Tanta coisa boa vai correndo na minha vida... Mas há sempre um espaço vazio que a maldita distância criou e que é difícil preencher.


Hoje tive uma má notícia. Alguém de quem gosto muito, uma das tais amizades que os quilómetros não conseguiram destruir, embora conseguindo desvanecê-la um pouco, não está bem. Não tem estado bem há muito tempo, mas agora o problema é outro, mais sério, e eu estou longe para poder dar-lhe um carinho e fazê-la sentir-se melhor. Por isso, hoje é um daqueles dias em que me custa estar longe, e em que sinto mais a fragilidade da vida, das coisas, e das pessoas. E das amizades e dos sentimentos. Mas, apesar de tudo, sei agora, mais do que nunca, que esta é uma das boas amizades, por uma pessoa única e especial, que a distância e o tempo terão de batalhar muito para conseguir apagar. E estou com ela, ao longe, num momento em que ela está mais frágil do que nunca, esperando que volte muito em breve a ser o mesmo poço de alegria que recordo com um sorriso.


Um beijo para ti amori, espero que tudo corra pelo melhor... E muita força para os teus, e muito apoio do "outro lado do mundo".

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