30 de outubro de 2006

A gripe das aves


É um grande flagelo, mas não é disso que vou falar. Estou num dia assim assim mais ou menos, o tempo não consegue decidir-se a ficar quente, nem frio nem ameno, e vai daí anda toda a gente com uma faca no bolso à espera que rebente a bolha e comecemos todos à estalada uns aos outros. Eu, como pequena que sou, ando com um corta-unhas, que sempre é mais ergonómico. Mas caramba, também não era disto que queria falar. O que estava a tentar dizer é que o tempo, desculpem que o diga, está uma merda. Estou ligeiramente engripada, não o suficiente para poder fazer birra de doentinha, mas que chegue para ficar mole e sem energia para sequer me mexer. Bem pior está o meu mais que tudo, que apesar da febre luta para conseguir trabalhar o melhor possível. Lá lhe vou levando um copinho de água ou um haltz, e para o almoço meti na carteira os cêgripes e os pozinhos de vitamina C. A minha vontade é ir para o lado dele e enchê-lo de mimos, mas não pode ser. Fica para mais logo.
Entretanto, lá vim escrever qualquer coisa aqui, entre estes pensamentos e algumas linhas de código arranhadas no teclado. Começa a falar-se de comemorar o Halloween entre amigos e colegas, embora nem todos possam cá estar. Mais um serão animado a matar-nos uns aos outros ao jeito dos velhos FPS's, com direito a cerveja e tremoços. Sem abóboras nem rolos de papel higiénico desenrolados nas escadas e nas portas do edifício. Sem partidas nem rebuçados. Mas com risos e gargalhadas, e muita boa disposição. Parece-me bem.
Agora lembrei-me... Vou ter de ir a Aveiro brevemente, mas, infelizmente, parece-me que vai ser uma visita bem curta, que não vai dar tempo para ir visitar os meus amigos de quem sinto tanta falta. Também andam atarefadíssimos entre trabalhos, estudos e problemas do dia a dia. Mas queria ir vê-los, estar com eles um bocadinho e matar saudades. Tenho uma estranha sensação. Estou longe de tudo e todos. Não me sinto só porque tenho a pessoa mais doce do mundo do meu lado, mas por vezes sinto falta dos amigos e dos locais para onde ia quando nada havia para fazer. Aveiro deixou saudades. Portalegre é bonito, mas falta-lhe muita coisa. Primeiro que tudo, o espírito. Falta-lhe querer mudar. E a mim, falta-me sítios onde estar. Os fins de semana são passados em casa ou em cafés. Não há jardins nem centros comerciais nem cinemas. Nem a praia, onde todos os sentimentos são purgados. Parecemos estar todos fechados dentro de um casulo. As caras são sempre as mesmas, os sítios nunca mudam. O mais parecido que se tem com um engarrafamento é 4 ou 5 carros empatados num cruzamento apertadísismo, as festas locais consistem em multidões de jovens vestidos com roupas coloridas e que nem parecem ter idade para estar fora de casa depois das 10. Habituei-me um pouco ao ambiente da cidade, do litoral. O interior é completamente diferente. Por outro lado, a vantagem: voltei a dar valor à minha cidadezinha natal, e sabe imensamente bem cada bocadinho que lá passo.
Este discurso já vai longo... e chato! Peço desculpa, é um desabafo que há muito pedia para sair. Aos meus amigos phophos (Zu, Sara, Ignis, Li, Jan, Mianita, etc etc etc) miss u all very much!! Espero poder ver-vos em breve! E até mais!