15 de abril de 2007

Ah descanso...

Hoje fiquei por casa. Era suposto ir a Portalegre, tenho a casa antiga para limpar e entregar aos senhorios, mas está um dia lindíssimo e decidimos ficar por cá, até porque dava muito mais jeito ir lá durante a semana, para tratar de burocracias derivadas de deixar uma casa. A ideia, hoje, era irmos até Tróia. Nunca lá fui. Parece um sítio bonito (tenho sempre o impulso de chamar-lhe "ilha") mas sinceramente não sei o que tem para ver. Devemos ir de carro, mas até gostava de apanhar o ferry, talvez apanhássemos alguns golfinhos na viagem. Vou levar a máquina fotográfica, se houver coisas bonitas mostro :)

Lá fomos a Tróia, e de ferry! Infelizmente não vimos golfinhos, deviam estar na praia, o tempo convidava. Mas vou fazer uma foto-novela e contar mais ou menos o que vi... Para quem conhece Tróia, de certeza não vou contar nada de novo, mas como foi a minha primeira visita, e gostei do que vi, apeteceu-me partilhar a experiência.

porto de setúbal

Tróia fica aqui mesmo ao pé de Setúbal, mas a forma mais rápida de lá chegar é de barco. O porto de Setúbal fica aqui pertinho de casa. Não tem nada de extraordinário. Giro giro foi entrar no ferry, que estava completamente atolado. Todos os automóveis que estavam na fila para entrar conseguiram espaço, mas mesmo assim notava-se uma extrema ansiedade em chegar ao outro lado do rio. A viagem foi interessante, sabe bem sentir a ondulação, ver as gaivotas a voar mesmo por cima e pensar se aquilo não poderá correr mal....

Ao longe, começa a perceber-se algumas formas em Tróia, e a primeira coisa que se percebe é a quantidade astronómica de obras que estão a ser feitas no território. Estando um pouco afastada da cidade, e relativamente perto da capital, Tróia tem potencial para ser uma estância turística fantástica, com as suas praias e o aspecto quase paradisíaco.

Assim que se sai do porto, a primeiro coisa em que se repara é a fila gigantesca de carros à espera de lugar no próximo ferry, e que chega a ter quilómetros de comprimento no verão. A segunda coisa é esta placa: não fazia ideia que o Alentejo era já ali, pensava que era um bocadinho mais ao lado... Outra coisa que se repara é a vegetação. Estava à espera de encontrar sobretudo palmeiras (e até havia algumas), mas o que mais existe é pinheiros mansos e eucaliptos, entre outras árvores. Gostei particularmente da entrada do hotel:

Sendo uma zona ainda pouco explorada, mas destinada nitidamente para as elites, a maioria das construções são... extremamente modernas, sobressaindo no meio das ruínas de edifícios que nunca foram terminados. Nas zonas habitadas tudo é cuidado ao pormenor... com excepção dos materiais e equipamentos de construção que estão por todo o lado.


As praias são muito arejadas, entre as casas e a água existem extensos areais. Dá vontade de dar um mergulho, tudo parece muito calmo. Todas as pessoas que passeavam pela praia ou conversavam alegremente na esplanada eram turistas, incluindo alguns alemães. E toda a gente estava ali apenas para aproveitar o sol e a brisa marítima. Como os compreendo...

No meio desta vista selvagem, deparo-me com algo que sinceramente não esperava... Ao longe, perdida no meio de um terreno abandonado, uma escultura gigante... um marco deixado pela Torralta, que mais parecia uma cascavel gigantesca a atacar as pequenas casas, que pareciam indefesas...

Entretanto, lá chegou a hora de regressar a casa. O vento começava a ficar um pouco intenso e o sol decidiu que era tempo de ir dar uma volta para outras bandas. Voltámos ao ferry, e apreciámos a vista da cidade ao longe e os barcos que estavam atracados pelo caminho.

E pronto, apesar de não haver golfinhos, foi uma tarde bem passada. Claro que, como não podia deixar de ser, comecei a magicar uma data de coisas que poderiam ser feitas ali naquele espacinho no meio do mar. Era giro haver lá um casino, fazer daquilo uma Las Vegas em miniatura. O espaço é excelente, e muito convidativo, apesar de não haver praticamente nenhuma oferta de divertimento além da praia em si, e de uma piscina fantabulástica (pelo menos, é o que ouvi dizer) que está algures do outro lado, e que não pude ir espreitar.

Espero voltar a atravessar o rio daqui a uns meses, quando as obras estiverem terminadas. Parece-me que Tróia vai finalmente ser tratada com o respeito e o carinho que merece.

11 de abril de 2007

Voltei!


Tenho estado bastante ausente e a boa disposição também tem rareado um pouco, mas aqui estou eu, de volta ao mundo virtual (ou será este na verdade o real?) e também a uma (nova) cidade: Setúbal.
Como alguns ainda se devem recordar, a minha caminhada pós-curso (que ainda não está terminado, mas pronto, isso são detalhes que não são para aqui chamados) começou por estas bandas, com um estágio muito fora do normal, que me levou, 4 meses mais tarde, para Portalegre. Morei por lá 9 meses e meio, já com um contratozito na mão, mas entretanto lá voltámos de malas e bagagens para a costa do país. A empresa cresceu de 3 (4, se contarmos comigo) para 14, fizeram-se novas amizades, abriram-se novos horizontes, iniciaram-se novos projectos. Foi uma fase muito cansativa, mas o tanto que teve de negativo também o teve de positivo. E agora estamos de regresso à terra do choco frito e dos orgasmos (vulgo sangria branca).
Eu cá continuo a sentir que não estou bem bem em casa. Gosto muito das pessoas com quem trabalho, adoro o meu menino, com quem partilho já a segunda casinha, e até essa, que por sinal é tão sofisticada e moderna que às vezes me consegue baralhar, é um sítio bem bom para se estar nos momentos de descanso. Mas a minha cidadezinha favorita é, apesar de já passado um ano, Aveiro. Setúbal é grande, tem boas condições, mas faltam o sorriso nos olhares das pessoas, os jardins, os centros comerciais cheios de gente e do cheiro a comida de plástico, um largo onde toda a juventude se reúna... Estou cá faz hoje uma semana e sei que me vou habituar e acabar por gostar bastante de estar aqui. Mas aproveito para mandar saudades a toda a gente que ainda anda por Aveiro e que já não vejo há tanto tempo. O meu amor diz-me que nunca se deve regressar para um sítio onde se foi feliz pois nunca mais será o mesmo. Os tempos mudam, e com eles as pessoas. E são elas que fazem a cidade. Aveiro e os amigos que lá juntei ficarão para sempre no meu coração, e espero vê-los em breve, e várias vezes por essa vida fora. Mas entretanto vou procurar nesta cidade um bocadinho desse sorriso que me faz falta e aprender nela a ser novamente feliz.
Como diria a Mya, "aqui vou ser feliz!!"